Miguel Poisson, Director-geral da mediadora ERA.
Os particulares recorrem cada vez mais às mediadoras, face ao excesso da oferta e escassez da procura, e também por isso 2010 e 2011 serão “bons anos para empresas como a ERA”, diz Miguel Poisson.
Com a crise, até há mais gente a retirar poupanças e a aplicar em apartamentos, face à queda de 10% a 15%dos preços.
Como caracteriza o ano de 2010, com o aumento de 4% das transacções de imóveis urbanos face ao ano anterior?
2010 foi o melhor ano da história da ERA desde que entramos em Portugal, em 1998. As nossas transacções subiram em 30% e a facturação em 24%. Nas 200 agências conseguimos movimentar um valor de vendas de 1.500milhões de euros, equivalentes a 12 mil transacções. Tenho duas explicações para o sucedido: mais pessoas recorreram à mediação profissional em relação ao passado, em que só uma em três casas é que era mediada por agências e em 2010 progrediu para uma em duas. Isso deve-se ao facto de os particulares, numa situação de excesso de oferta em relação à procura, recorrem mais a profissionais, com serviços e capacidade de venda maior do que o particular. A outra razão é que na ressaca do ‘subprime' nos EUA houve muitas pessoas que retiraram os depósitos a prazo e preferiram aplicar as poupanças no imobiliário, que é um sector de menor risco.
O que mudou entretanto?
O bem mais escasso, que no passado era o cliente, agora é o crédito. A liquidez nos dias de hoje é inferior ao passado. O outro paradigma que mudou foi os níveis de incumprimento face a 2010. Há muitas famílias a entregar imóveis aos bancos e estes acabam por colocar milhares de imóveis no mercado. Temos vendido estes imóveis e os clientes são financiados até 100%, o que se traduz numa vantagem em relação às restantes operações do mercado.
Como evoluem os preços neste momento?
É possível comprar imóveis dos bancos a preços mais simpáticos do que na venda tradicional, com uma redução de 10% a 15%, sobretudo nas zonas de periferia das grandes cidades.
O mercado tem demonstrado maior dificuldade em escoar o produto existente?
Não digo que haverá menos vendas, o que está a mudar é o paradigma. Prevejo transacções aos níveis do ano anterior, isto é, à volta de 12 mil vendas, sendo que a diferença esteja nas vendas de fogos dos bancos. E porquê? Os bancos não estão a conseguir vender, por si só, os apartamentos que lhes são entregues
Com a crise, até há mais gente a retirar poupanças e a aplicar em apartamentos, face à queda de 10% a 15%dos preços.
Como caracteriza o ano de 2010, com o aumento de 4% das transacções de imóveis urbanos face ao ano anterior?
2010 foi o melhor ano da história da ERA desde que entramos em Portugal, em 1998. As nossas transacções subiram em 30% e a facturação em 24%. Nas 200 agências conseguimos movimentar um valor de vendas de 1.500milhões de euros, equivalentes a 12 mil transacções. Tenho duas explicações para o sucedido: mais pessoas recorreram à mediação profissional em relação ao passado, em que só uma em três casas é que era mediada por agências e em 2010 progrediu para uma em duas. Isso deve-se ao facto de os particulares, numa situação de excesso de oferta em relação à procura, recorrem mais a profissionais, com serviços e capacidade de venda maior do que o particular. A outra razão é que na ressaca do ‘subprime' nos EUA houve muitas pessoas que retiraram os depósitos a prazo e preferiram aplicar as poupanças no imobiliário, que é um sector de menor risco.
O que mudou entretanto?
O bem mais escasso, que no passado era o cliente, agora é o crédito. A liquidez nos dias de hoje é inferior ao passado. O outro paradigma que mudou foi os níveis de incumprimento face a 2010. Há muitas famílias a entregar imóveis aos bancos e estes acabam por colocar milhares de imóveis no mercado. Temos vendido estes imóveis e os clientes são financiados até 100%, o que se traduz numa vantagem em relação às restantes operações do mercado.
Como evoluem os preços neste momento?
É possível comprar imóveis dos bancos a preços mais simpáticos do que na venda tradicional, com uma redução de 10% a 15%, sobretudo nas zonas de periferia das grandes cidades.
O mercado tem demonstrado maior dificuldade em escoar o produto existente?
Não digo que haverá menos vendas, o que está a mudar é o paradigma. Prevejo transacções aos níveis do ano anterior, isto é, à volta de 12 mil vendas, sendo que a diferença esteja nas vendas de fogos dos bancos. E porquê? Os bancos não estão a conseguir vender, por si só, os apartamentos que lhes são entregues
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