Paul Krugman fala em “fim do pesadelo da Grécia”
26 Janeiro 2015, 13:59 por David Santiago | dsantiago@negocios.PT
O economista Paul Krugman considera que o problema da Grécia deriva das más opções feitas pelos credores internacionais e classifica os planos do Syriza como “realistas.” Para o antigo prémio Nobel da economia, a Europa deveria dar uma oportunidade [a Tsipras] para acabar com o pesadelo do país”.
Na habitual coluna de opinião de Paul Krugman no New York Times, o prémio Nobel começa por realçar que Alex Tsipras, líder do Syriza, "que está em vias de se tornar primeiro-ministro da Grécia", "será o primeiro líder europeu a ser eleito sob a promessa de desafiar as políticas de austeridade".
No artigo publicado esta segunda-feira no jornal norte-americano, o conhecido economista alerta que "haverá muita gente, certamente, a avisá-lo [Tsipras] para abandonar essa promessa e comportar-se ‘responsavelmente’".
No entender de Paul Krugman, todo o processo grego, que culminou agora na vitória do Syriza nas eleições parlamentares deste domingo, teve início em 2010 com o primeiro memorando de entendimento, "um documento assinalável, no pior dos sentidos". Krugman recorda que a troika acreditava que a "Grécia poderia aplicar duras medidas de austeridade com pequenos efeitos no crescimento e emprego", isto numa altura em que o país "já estava em recessão".
"A Grécia tem pago o preço por essas ilusões", sustenta o colunista do New York Times. Conhecido pelas fortes críticas dirigidas aos dirigentes europeus pela forma como tentaram combater a crise das dívidas soberanas que sucedeu à crise financeira internacional, Krugman conclui que aquilo a que se assistiu na Grécia desde então foi "um pesadelo económico e humano".
No entender do economista norte-americano, "nada está mais longe da verdade" do que a ideia de que o que falhou na Grécia foi a incapacidade de Atenas "para efectuar os cortes prometidos". Até porque o Executivo helénico "cortou a despesa pública muito mais do que se poderia prever".
O problema derivou do facto de tanto "a Comissão Europeia como o Banco Central Europeu terem decidido acreditar no conto de fadas da confiança – defender que os efeitos directos da destruição de emprego provocados pelos cortes na despesa seriam mais do que compensados por um surto de optimismo no sector privado".
Portanto, agora que "Tsipras venceu com estrondo", Paul Krugman não acredita que o líder do Syriza possa ser demovido pelos líderes europeus até porque "eles não têm credibilidade". Krugman vai mais longe e antecipa que a coligação de esquerda radical possa até nem ter um programa suficientemente diferente face ao até agora seguido.
"O problema com os planos do Syriza poderá ser que não sejam suficientemente radicais". Porque "um alívio da dívida e uma redução da austeridade podem diminuir a angústia económica, mas é duvidoso que seja suficiente para garantir uma forte recuperação", defende Paul Krugman.
Portanto, clamar "por uma grande mudança" como fez Tsipras "é bem mais realista" do que as alternativas defendidas pelas instituições europeias. Por esse motivo, Krugman acredita que "o resto da Europa deveria dar uma oportunidade [a Tsipras] para acabar com o pesadelo do país".
No artigo publicado esta segunda-feira no jornal norte-americano, o conhecido economista alerta que "haverá muita gente, certamente, a avisá-lo [Tsipras] para abandonar essa promessa e comportar-se ‘responsavelmente’".
No entender de Paul Krugman, todo o processo grego, que culminou agora na vitória do Syriza nas eleições parlamentares deste domingo, teve início em 2010 com o primeiro memorando de entendimento, "um documento assinalável, no pior dos sentidos". Krugman recorda que a troika acreditava que a "Grécia poderia aplicar duras medidas de austeridade com pequenos efeitos no crescimento e emprego", isto numa altura em que o país "já estava em recessão".
"A Grécia tem pago o preço por essas ilusões", sustenta o colunista do New York Times. Conhecido pelas fortes críticas dirigidas aos dirigentes europeus pela forma como tentaram combater a crise das dívidas soberanas que sucedeu à crise financeira internacional, Krugman conclui que aquilo a que se assistiu na Grécia desde então foi "um pesadelo económico e humano".
No entender do economista norte-americano, "nada está mais longe da verdade" do que a ideia de que o que falhou na Grécia foi a incapacidade de Atenas "para efectuar os cortes prometidos". Até porque o Executivo helénico "cortou a despesa pública muito mais do que se poderia prever".
O problema derivou do facto de tanto "a Comissão Europeia como o Banco Central Europeu terem decidido acreditar no conto de fadas da confiança – defender que os efeitos directos da destruição de emprego provocados pelos cortes na despesa seriam mais do que compensados por um surto de optimismo no sector privado".
Portanto, agora que "Tsipras venceu com estrondo", Paul Krugman não acredita que o líder do Syriza possa ser demovido pelos líderes europeus até porque "eles não têm credibilidade". Krugman vai mais longe e antecipa que a coligação de esquerda radical possa até nem ter um programa suficientemente diferente face ao até agora seguido.
"O problema com os planos do Syriza poderá ser que não sejam suficientemente radicais". Porque "um alívio da dívida e uma redução da austeridade podem diminuir a angústia económica, mas é duvidoso que seja suficiente para garantir uma forte recuperação", defende Paul Krugman.
Portanto, clamar "por uma grande mudança" como fez Tsipras "é bem mais realista" do que as alternativas defendidas pelas instituições europeias. Por esse motivo, Krugman acredita que "o resto da Europa deveria dar uma oportunidade [a Tsipras] para acabar com o pesadelo do país".
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