De acordo com o jornal i, 19 .05.2011
Até final do ano haverá um reforço substancial da oferta em termos de casas para arrendar no país. A tendência, mais forte em Lisboa e Porto, provocará uma queda no valor das rendas. Nelson Andrade, administrador da Escola Superior de Actividades Imobiliárias estima essa quebra em 20% até ao final de 2012.
A descida das rendas poderá mesmo ser superior se entretanto for liberalizado o mercado de arrendamento, como ficou consignado no acordo entre o governo de José Sócrates e o FMI, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia. Isto porque a lei em vigor faz com que não haja desenvolvimento de projectos imobiliários para este segmento de mercado.
Com a actual legislação, os fundos de investimento imobiliário, as sociedades gestoras de fundos de investimento e investidores institucionais ou particulares olham para este mercado na óptica do investidor e não sentem segurança para apostar no segmento do arrendamento.
"O objectivo destes investidores", explica o administrador da ESAI", é a maximização do investimento. "Se as pessoas não pagam renda e um processo de despejo pode demorar mais de um ano, o risco do investimento sobe e baixa o yield (rendimento)."
Contudo, a crise está a pressionar uma mudança rápida deste cenário. Em Março, havia um total de 2 466 187 famílias com crédito à habitação, das quais 5,5% estavam já em incumprimento (135 640 famílias), segundo dados do Banco de Portugal. E este fenómeno deverá crescer pelo menos nos próximos dois anos, devido à recessão, à subida do desemprego e também aos cortes nos salários da função pública. Há casais, em que ambos trabalham no Estado, que tiveram redução do rendimento bruto na ordem dos 600 euros mensais.
O número de pessoas registadas no Banco de Portugal por incumprimentos vários também tem aumentado significativamente, o que empurra mais portugueses para o arrendamento, porque deixaram de aceder ao crédito bancário.
Esta nova realidade, visível desde finais de 2009, está a levar os institucionais, que têm um número significativo de activos que não conseguem escoar, a equacionarem, pela primeira vez, a opção de os colocar no mercado de arrendamento.
Também as empresas que compram crédito hipotecário aos bancos não conseguem vender os imóveis que têm em carteira, pelo que estão progressivamente a apostar no arrendamento. Qualquer alteração na lei que permita diminuir o tempo dos despejos contribuirá ainda mais para o boom deste segmento, que se espera vir a acontecer até 2014.
O actual quadro legal está a contribuir fortemente para a degradação do património existente. Os proprietários privados, que neste momento são os principais fornecedores de imobiliário para arrendamento, não fazem melhorias nas casas porque as rendas não cobrem o investimento da reabilitação e o reajustamento do seu valor não permite cobrir o preço das obras.
O saldo é ainda desfavorável aos inquilinos porque, para já, continua a existir pouca oferta disponível para a procura que começa a surgir. A crise não chegou só aos compradores mas também aos vendedores. A subida do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) será mais um dos argumentos para a reviravolta que se prevê no mercado da habitação.
A descida das rendas poderá mesmo ser superior se entretanto for liberalizado o mercado de arrendamento, como ficou consignado no acordo entre o governo de José Sócrates e o FMI, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia. Isto porque a lei em vigor faz com que não haja desenvolvimento de projectos imobiliários para este segmento de mercado.
Com a actual legislação, os fundos de investimento imobiliário, as sociedades gestoras de fundos de investimento e investidores institucionais ou particulares olham para este mercado na óptica do investidor e não sentem segurança para apostar no segmento do arrendamento.
"O objectivo destes investidores", explica o administrador da ESAI", é a maximização do investimento. "Se as pessoas não pagam renda e um processo de despejo pode demorar mais de um ano, o risco do investimento sobe e baixa o yield (rendimento)."
Contudo, a crise está a pressionar uma mudança rápida deste cenário. Em Março, havia um total de 2 466 187 famílias com crédito à habitação, das quais 5,5% estavam já em incumprimento (135 640 famílias), segundo dados do Banco de Portugal. E este fenómeno deverá crescer pelo menos nos próximos dois anos, devido à recessão, à subida do desemprego e também aos cortes nos salários da função pública. Há casais, em que ambos trabalham no Estado, que tiveram redução do rendimento bruto na ordem dos 600 euros mensais.
O número de pessoas registadas no Banco de Portugal por incumprimentos vários também tem aumentado significativamente, o que empurra mais portugueses para o arrendamento, porque deixaram de aceder ao crédito bancário.
Esta nova realidade, visível desde finais de 2009, está a levar os institucionais, que têm um número significativo de activos que não conseguem escoar, a equacionarem, pela primeira vez, a opção de os colocar no mercado de arrendamento.
Também as empresas que compram crédito hipotecário aos bancos não conseguem vender os imóveis que têm em carteira, pelo que estão progressivamente a apostar no arrendamento. Qualquer alteração na lei que permita diminuir o tempo dos despejos contribuirá ainda mais para o boom deste segmento, que se espera vir a acontecer até 2014.
O actual quadro legal está a contribuir fortemente para a degradação do património existente. Os proprietários privados, que neste momento são os principais fornecedores de imobiliário para arrendamento, não fazem melhorias nas casas porque as rendas não cobrem o investimento da reabilitação e o reajustamento do seu valor não permite cobrir o preço das obras.
O saldo é ainda desfavorável aos inquilinos porque, para já, continua a existir pouca oferta disponível para a procura que começa a surgir. A crise não chegou só aos compradores mas também aos vendedores. A subida do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) será mais um dos argumentos para a reviravolta que se prevê no mercado da habitação.
Sem comentários:
Enviar um comentário