Alsace et Bastille

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quinta-feira, 10 de maio de 2012

É bom alimentar o EGO português !

por José Maria Gui Pimentel | 10.05.12
Somos um povo engraçado. Vivemos num país peculiar, único numa espécie de limbo muito seu. Por um lado estamos alojados na Europa ocidental -- um dos centros do mundo desde pelo menos o século XVI --, temos uma história rica e uma cultura quase milenar. Por outro, somos quase irrelevantes política e economicamente e a nossa história…bom, digamos que, no mínimo, não tão rica que valha por si só (como a da Grécia, por exemplo).

A esta combinação peculiar junta-se o facto de a nossa localização geográfica e a nossa dimensão nos tornarem imensamente permeáveis à cultura estrangeira, antigamente à francesa, agora à americana. Por isso, pelamo-nos por que nos visitem. Adoramos observar a reacção dos estrangeiros, o modo como, incautos, se vão surpreendendo crescentemente com a nossa história, cultura e gastronomia. E, como geralmente ninguém nos liga nenhuma, gostamos de receber bem (convenhamos que a reacção poderia bem ser a oposta), de impressionar e, por vezes, até de provocar com as nossas peculiaridades e pequenas proezas (algumas delas algo exageradas, nomeadamente aquelas que dizem respeito ao consumo de álcool). Por isto tudo, uma das coisas que mais delicia um português é ver um estrangeiro que vive ou visitou Portugal elogiar aquelas coisas que, sabemos, são boas e das quais, estamos convictos, ninguém no exterior tem ideia. Numa altura de crise, este pequeno prazer torna-se quase uma necessidade primária para o ego nacional. Isso explica a segunda, e desproporcionada, leva de entusiasmo com Anthony Bourdain e o seu “No Reservations”, agora que o programa foi transmitido nos EUA.

Eu vi. E gostei. Também gostei de ler num jornal dos EUA um artigo de um americano que vive em Cascais. Redescobri a nossa história pelas palavras generosas de Martin Page. E, eu que nem gosto de café, li deleitado este artigo do El País que não só elogia o café português, como, mais importante, fá-lo em detrimento do dos nossos vizinhos. Resumindo, não há como negá-lo, sou português

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