O céu logo aqui neste lugar
Tem tudo para nos agradar, e já lá vamos. Primeiro e antes de tudo, o mar. Neste quase tocamos, e existe à volta de Cascais como se planeasse um dia invadir o forte e a cidadela e trazer para mais gente remessas de coisas frescas. Quando saímos, mostra-nos o caminho para o Guincho e depois o grande oceano, onde fazemos as nossas próprias descobertas, que o mar é como a vida. Se estamos a entrar, é com o carinho que nos empurra para dentro. O ponto intermédio é o lugar de má fama, que outrora, quando ainda éramos torpes nas coisas da segurança e do conhecimento da coisa marítima, ceifou a vida a muitos. Pescavam, atreviam-se, namoravam, e de repente, como se fosse a mão do demo que os tirava, eram sugados para o centro da terra. O lugar tem um nome que diz tudo: Boca do Inferno. Decidiu a corajosa Maria de Lourdes Tirano, juntamente com os seus dois filhos, erguer nos anos 1980 não um santuário nem uma ermida, mas um paraíso, a que chamou o que era imperativo chamar. Estamos então de mar conversados. Vamos ao tudo o que tem para nos dar este paraíso. Em primeiro lugar, a sensação de pertença, logo desde que entramos. Não há quem não se sinta bem, seja no primeiro seja no centésimo dia que ali faz uma refeição. Somos adotados. Depois, a oferta. Nunca encontramos a mesma configuração nos aquários e expositores instalados à entrada e ao longo do primeiro corredor. Fazemos uma experiência com quatro pessoas e cada um vê o que mais gosta. Cabeças de peixe. Bruxinhas. Lagostins. Robalos. Postas de cherne. Lulas. Camarão. Quer dizer, há tudo. Finalmente, de tudo o que tem para nos agradar é o preço final, onde não temos as surpresas nefandas de lugares semelhantes. Delícia. Inferno é, afinal, escolher. Permanecer neste mar é o céu.
Mar do Inferno
Av. Rei Humberto II de Itália
Cascais
Tel.: 214832218
www.mardoinferno.guiadacidade.com
Das 12h30 às 23h00
Encerra à quarta-feira
Preço médio: 32 euros
Zonas para fumadores
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